
Limitada pelo fato de as suas unidades produtivas representarem enclaves industriais no seio da malha urbana lisboeta, a Companhia União Fabril (CUF) procurou fora da capital o espaço onde se pudesse expandir. É no Barreiro que se reúnem as condições necessárias.
Logo em 1907, a CUF adquire à firma Bensaúde & C uma faixa de terreno com armazéns na Praia Norte. Aqui, além de um cais acostável, existia um ramal de caminho-de-ferro anteriormente associado a uma fábrica de cortiça.
Começa a nascer o complexo industrial da CUF no Barreiro, inaugurando em 1908 as fábricas de óleos para fabrico de sabões e produtos derivados (p.e. velas de estearina). No mesmo ano, com a aquisição de propriedades limítrofes, inicia-se a construção de edifícios a Sul do terreno inicialmente adquirido, os quais virão a receber a produção de ácidos e adubos, alargada quase simultaneamente aos setores de laminagem de chumbo, soda, magnésio, refinação de copra, têxtil, metalomecânica e construção naval.
O império da CUF enquadrou-se no projeto de autarcia económica do Estado Novo, baseando-se no modelo de supressão de importações e controlo da produção industrial desde a entrada das matérias-primas até à venda dos produtos finais.
Alcançando proporções gigantescas que, para muitos dos objetivos de produção, atingiram a autossuficiência no quadro do grupo, a CUF no Barreiro continuará em ampla expansão até ao final da década de 60, começando então a sofrer os efeitos negativos do choque petrolífero.
Os bairros para trabalhadores, o cinema, bem como os edifícios da creche, escola, cantina e dispensa, aos quais se associam de forma ainda visível muitos dos traços desse gigante industrial, constituem ainda hoje exemplos claros da dimensão alcançada e da forma como a mesma ocupou e determinou, a múltiplos níveis, a vida do Barreiro.
Local de Acolhimento - Espaço memória
Transporte Público Local (TCB): Carreiras 14 e 15