Documento do Mês
Professor José Joaquim Rita Seixas nasceu há 120 anos
Hoje lembramos o aniversário do nascimento do professor José Joaquim Rita Seixas, através de um retrato obtido por Augusto Cabrita e que faz parte do espólio da família do conhecido professor, uma imagem cedida gentilmente por Armando Seixas Ferreira.
Apesar de intimamente ligado ao Barreiro, José Joaquim Rita Seixas era algarvio de nascimento. Nasceu na localidade de Lagoa, a 1 de fevereiro de 1898.
Pouco depois da sua chegada ao Barreiro conheceu aquela que viria a ser a sua mulher, Lucinda do Nascimento Cabrita também professora do ensino primário. Juntos abriram uma escola, mais tarde denominada de n.º 2 do Barreiro, que entrou em funcionamento a 1 de fevereiro de 1929, tendo nessa data sido doada à Câmara Municipal do Barreiro.
A abertura desta escola fazia todo o sentido no Barreiro de então. A única escola primária pública do Barreiro era a (já então) antiga escola Conde de Ferreira, nesse tempo ainda só com dois blocos de edifícios (o terceiro, junto da travessa do Jardim, data de 1940). A população do Barreiro entre 1920 e 1930 passara, entretanto, de 15.000 para 21.030 habitantes, ou seja, havia um cada vez maior número de crianças em idade escolar mas, uma oferta escolar parca. Esta falta era colmatada pelas associações de classe, como os corticeiros ou ferroviários (que tinham nas suas instalações aulas diurnas ou noturnas) ou nos Centros Republicanos. Mas, a filosofia de ensino do Estado Novo não permitiu durante muito tempo estas «aulas».
Desde cedo a qualidade do ensino e as virtudes pedagogas de Rita Seixas se evidenciaram. A grande quantidade de crianças de ambos os sexos que procuravam inscrever-se na pequena escola com duas salas, levou a que em 1930, no mesmo terreno da escola nº 2, mas virado para a rua da Creche (atual rua D. Henriqueta Gomes de Araújo) fosse inaugurado o Colégio Barreirense, no local onde hoje se ergue a escola que lembra este professor: Escola EB1/JI José Joaquim Rita Seixas.
José Joaquim Rita Seixas faleceu a 8 de Abril de 1981. A 6 de Setembro de 1973 recebera a Medalha de Prata de Bons Serviços pela Câmara Municipal do Barreiro. Em Junho de 2000 recebeu postumamente a medalha de honra da Cidade do Barreiro. Por deliberação de Câmara de 6 de Abril de 2005 foi atribuído o seu nome a uma rua na freguesia do Alto do Seixalinho.
O serviço de Arquivo Municipal surgiu da necessidade de organizar e tratar as massas documentais produzidas e acumuladas pelo Município, consideradas de valor intermédio e histórico, mas depositadas em vários locais, por não existir um serviço de Arquivo específico.
A organização do fundo documental passou, nos finais do ano 2000, para a guarda do Arquivo Municipal depois de reunida, no mesmo espaço físico, toda a documentação intermédia e histórica existente. Ainda nesse ano, o serviço de Arquivo passa a ser dotado de estrutura e recursos humanos próprios, o que possibilita o início do processo de organização e tratamento da documentação.
Essencialmente vocacionado para apoio à administração camarária, o trabalho inicial desenvolvido incidiu prioritariamente sobre a documentação intermédia e de maior consulta pelos serviços internos. Posteriormente, e à medida que esta documentação foi sendo tratada, também foi possível proceder ao tratamento e organização física e intelectual da documentação histórica, tal como hoje se apresenta.
Hoje, o Fundo Documental da Câmara Municipal do Barreiro está online e apresenta-se aos utilizadores de forma prática e célere. Refira-se que este instrumento de descrição documental, situa as suas balizas temporais entre 1760 e 2015.
Apoio a depósitos e doações
Entre outros propósitos, é missão do Espaço Memória salvaguardar documentação e objetos significativos para o estudo da história local e que apresentem elevado valor informativo e documental.
Assim sendo, temos vindo a acolher com entusiasmo as doações de coleções particulares, atos que expressam grande generosidade e que permitem reconstituir a memória colecionista dos seus patrocinadores. Aqui agradecemos aos munícipes e entidades coletivas que nos têm feito chegar dados relevantes sobre documentos que, se não forem recuperados e tratados de imediato, desaparecerão com o passar do tempo.
Entre o espólio doado ao Arquivo, através da Câmara Municipal do Barreiro, contam-se a coleção de cartazes e programas de José António Marques, a coleção de postais, calendários e autocolantes políticos de João Rebelo Baptista, inúmeras obras da biblioteca do artista barreirense Manuel Cabanas, assim como, algumas peças ou documentos isolados de vários cidadãos.
Da mesma forma, o Espaço Memória tem sido enriquecido com documentos e obras adquiridas em alfarrabistas e antiquários, fruto de contactos estabelecidos com estes últimos, tendo em vista a salvaguarda de documentação original perdida ou desviada.
As doações, depósitos e aquisições do Espaço Memória do Barreiro deverão privilegiar as obras locais ou de temática local.