Em 22 de junho de 1917 Joaquim Lobato Quintino, proprietário de barcos de pesca, industrial de cortiça e de cordoaria, e um dos fundadores da Sociedade Cooperativa Operaria Barreirense, escrevia na qualidade de Presidente da subcomissão dos festejos a realizar no Largo de Camões da vila do Barreiro ao Presidente da República Bernardino Machado solicitando-lhe que se dignasse oferecer “qualquer objecto que possa constituir prémio para o respectivo bazar e com o qual V.Exª dar-nos-há o grande prazer de revestir com maior brilhantismo a ornamentação do mesmo” . *1
O motivo dos festejos a realizar no Largo Camões era de carácter humanitário e destinava-se a auxiliar as famílias dos soldados mobilizados e que lutavam longe da Pátria na defesa da Liberdade, Civilização e Direito.
Da referida subcomissão faziam parte representantes da Camara Municipal, demais entidades oficiais e delegados de todas as coletividades locais.
O próprio Joaquim Lobato Quintino, signatário da carta, era desde 1915 Presidente da Comissão Executiva da CMB, e serviu por várias vezes durante a primeira republica (1910-1928) como seu Vice-presidente, homem influente na sociedade barreirense era proprietário de barcos de pesca, industrial, e um dos fundadores da Sociedade Cooperativa Operaria Barreirense, tendo liderado a sua primeira direção.
Na imagem, um quadro de Belmiro Ferreira (1912-2004) que retratava assim o Largo Luís de Camões, local destes festejos, mas já com coreto que seria inaugurado em 1922.
Na pintura pode ainda ver-se o cemitério e o campo de futebol do Rossio, utilizado pelo Futebol Clube Barreirense desde 1914.
Na esquerda do Largo, o terreno de Joaquim Lobato Quintino onde funcionou a fábrica de cortiça Quintino & Nunes de que ele era sócio.
Na lateral direita do cemitério a cordoaria de Alexandre Martins e a corticeira de João Inácio Nunes.
*1 - Fundação Mário Soares - Fundo: DBG - Documentos Bernardino Machado
22 Jun 2017