Moinhos e Moagens
A orla ribeirinha do concelho do Barreiro foi, desde a Idade Média, um espaço privilegiado para a edificação de engenhos moageiros, numa primeira fase hidráulicos e posteriormente eólicos.
O mais antigo moinho de maré foi edificado em 1484 e hoje já não existe. Dos 11 referenciados ainda se encontram no concelho do Barreiro os moinhos de maré de Coina, Telha, Palhais, Grande, Pequeno, e vestígios do moinho do Cabo, em Alburrica, e do moinho de El Rei, em Vale de Zebro. Este último era no séc. XV o maior do estuário do Tejo, com 8 moendas, mas foi suplantado no Barreiro pelo do Braancamp (séc. XVIII) com 10 moendas.
Em finais do séc. XVIII, princípios do séc. XIX, aproveitando os ventos do Norte que sopram de feição, são edificados os moinhos de vento. Da Recosta à Praia dos Moinhos, no Lavradio, estavam documentados 11 destes engenhos, que foram substituindo os seus congéneres hidráulicos. Ainda hoje em Alburrica se erguem os moinhos Nascente e Poente (1852) ambos de tipologia tradicional portuguesa, e o Gigante (1852) que tal como o moinho do Jim (1827), na antiga Praia Norte, atual Av. Bento Gonçalves, possui 3 pisos. Ambos são de tipologia holandesa com pás de madeira.
Com o despontar da moagem industrial no Barreiro, os moinhos de vento perdem o seu valor económico. Porém, a importância da atividade moageira no Barreiro foi de tal ordem que os barreirenses adotaram os engenhos de Alburrica como ex-libris da cidade.