Marítimos e Pescadores
O concelho do Barreiro possui condições naturais para as atividades marítimas pelo que, desde muito cedo, as suas gentes souberam tirar partido da pesca. Nesta prática usou-se, entre outras, a muleta, uma embarcação de características muito especiais, cujas referências surgem desde o século XVI. Possante e de aspeto algo bélico, devido à sua proa arrufada e cravada de espigões de ferro, pescava fora da barra, de través e com artes de arrastar. Esta embarcação desapareceu em finais séc. XIX mas marcou de tal forma as gentes e a vida barreirense que foi incluída na sua heráldica. Outras artes de pesca, como o cerco ou estacada, foram praticadas no Barreiro até à década de 80 do século XX. O rio proporcionava toda a variedade piscícola a quem dele dependia, antes da industrialização.
O recolhimento dos esteiros, a navegabilidade rio Coina e as condições geográficas, determinaram a instalação de indústrias de secagem do bacalhau em Santo André, na Azinheira Velha - a Bensaúde e Cª. fundada em 1891 por Abraham Bensaúde, e mais tarde Parceria Geral de Pescarias, e em Palhais, desde meados da década de 40 do século passado, os Armazéns José Luís da Costa.