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Industrialização e Movimento Operário | 25 de Abril

25 de Abril

Revolução de Abril

Na madrugada de 25 de Abril de 1974 o M.F.A. - Movimento das Forças Armadas pôs em marcha uma Revolução que terminou com o regime ditatorial que durante meio século oprimiu o povo português. A notícia foi recebida com grande alegria pelo povo do Barreiro que, desde as primeiras horas da alvorada, saiu para as ruas a saudar o M.F.A.

No dia 26, uma centena de democratas assinava um telegrama à Junta de Salvação Nacional, vitoriando a Revolução dos cravos e exigindo:

·         . Libertação de todos os presos políticos e regresso dos exilados;

·         . Fim da guerra colonial e regresso dos soldados;

·         . Restabelecimento de todas as liberdades democráticas;

·         . Extinção da PIDE/DGS.

 

Nas horas e nos dias seguintes, entre o 25 de Abril e o 1º de Maio, comemorado livremente pela primeira vez em 48 anos, o país viveu intensamente, nas ruas, a alegria pela conquista da liberdade, e o sonho e a esperança num futuro radioso.

Portugal caminhava no sentido de profundas transformações em todos os domínios: político, económico, social e cultural. A ditadura tinha terminado, Portugal renascia em liberdade para a democracia.

25 de Abril de 1974

5h 45m | Os barreirenses que se estão a preparar para ir trabalhar em Lisboa, ouvem os primeiros comunicados do Movimento das Forças Armadas pela rádio. 
7h 00m | Apesar dos comunicados do Movimento das Forças Armadas pedirem à população para se manter em casa, muitos barreirenses dirigem-se para a estação fluvial para tomar o barco para Lisboa, já que a navegação no rio não parou. 
7h 15m | O presidente da Câmara, Victor Adragão, guiado no carro da presidência, é visto a percorrer várias ruas do Barreiro. A GNR não sai do posto do Barreiro para patrulhas. 
11h 00m | Milhares de pessoas circulam pelas ruas do Barreiro sem que as forças da GNR intervenham. Com efeito, não foi visto nenhum elemento da GNR durante a manhã. 

25 de Abril de 1974

14h 00m | O Movimento Democrático do Distrito de Setúbal, com sede no Barreiro, distribui o seguinte comunicado à população:
«Vivemos momentos de grande importância política no país! O regime fascista que há cerca de 48 anos nos oprime, chegou ao fim derrubado pelo corajoso Movimento das Forças Armadas! O Movimento Democrático de Setúbal, não pode deixar de manifestar a sua adesão ao derrube do regime contra o qual tem vindo a lutar desde sempre, e que se caracterizava por defesa intransigente dos interesses dos monopólios com o consequente agravamento das condições de vida do Povo Português, traduzido pelo aumento galopante dos preços e pelo congelamento dos salários; manutenção de uma guerra contra os povos das colónias, onde milhares de jovens deixaram a sua vida e para cuja continuação a Nação é obrigada a despender perto de 50% das receitas do Estado em único e exclusivo interesse dos monopólios nacionais e estrangeiros; impedimento das mais elementares liberdades políticas e sindicais que se traduziram ao longo destes 48 anos em prisões, torturas e assassinatos de milhões de portugueses empenhados na luta pelas liberdades democráticas; e servil submissão ao imperialismo estrangeiro, explorador das riquezas da Nação.» 
O Comunicado, destacando os objetivos do Movimento das Forças Armadas, e solidarizando-se com eles, termina pedindo à população que se mantenha atenta ao desenrolar dos acontecimentos e que reforce a organização do Movimento Democrático.

26 de Abril de 1974

8h 30m | As casas bancárias do Barreiro estiveram encerradas.
21h 00m | Organizada pelo Movimento Democrático de Setúbal, com sede no Barreiro, reúnem-se no «Largo Casal» milhares de pessoas. Da varanda da Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense «Os Penicheiros» falaram à a multidão Hélder Madeira, Alfredo de Matos e outros que vitoriaram os soldados que libertaram a Pátria. Os oradores fizeram ainda votos para que todos os presos políticos fossem libertados o mais breve possível e para que o Povo português pudesse usufruir, finalmente, de um nível de vida suficiente para viver feliz. 

6 de maio de 1974
Na presença do tenente-coronel André do Nascimento Infante, foi dada a posse à Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Barreiro:
José Manuel Silveira Lopes, licenciado em História

Albino da Silva Ramos, agente técnico de engenharia civil
Álvaro Ribeiro Monteiro, agente técnico de eletrotecnia e mecânica
Alfredo Rodrigues de Matos, empregado de escritório
Joaquim Caetano Ramos de Carvalho, empregado bancário
Helder da Silva Nobre Madeira, empregado de escritório
Carlos Augusto Maurício da Costa Lopes, engenheiro eletrotécnico
Joaquim Manuel da Fonseca Matias, estudante de engenharia
Manuel Bucho da Trindade, engenheiro eletrotécnico
José Duarte Varejão Alves Pereira, advogado
Raul António Nunes Malacão, empregado de escritório
José António Neves de Ramalho, empregado bancário
Nuno Bernardo Nobre Soares, empregado bancário
José Júlio Ferreira Amado, economista
José Lopes Milheiro, operário metalúrgico
Maria Manuela da Conceição da Silva Covas Monteiro, químico - farmacêutica 
José Frederico Antunes, ferroviário
Helder da Silva Fráguas, licenciado em matemática
Júlio Pilar Militão, comerciante

Ficou a exercer as funções de presidente Helder da Silva Fráguas.

 

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