A Indústria corticeira e o Barreiro
O pleno funcionamento do caminho-de-ferro no Barreiro, desde 1861, e o fácil escoamento de mercadorias por via marítima para Lisboa, proporcionaram o aparecimento da indústria corticeira. A primeira notícia sobre a instalação de uma fábrica de cortiça data de 1865 quando Augusto Gomes de Araújo afirma que «embora surja mais tarde que no Alentejo ou no Algarve, está pois instalado no Barreiro […] um fabrico de cortiça».
Em 1890 são reconhecidas oficialmente pelo Inquérito Industrial as corticeiras Garrelon & Cª na Rua Miguel Pais, e a de João Reynolds nas Lezírias empregando no total cerca de 68 operários.
Nos anos seguintes outras viriam: a O. Herold & Cª (1893), a The Cork Company Limited (1895), a Sociedade Nacional de Cortiças S.A.R.L. (1897), a Lane & Santos (1898).
Na década de 1920 os operários corticeiros excedem largamente o milhar e representam cerca de 1/3 da população ativa barreirense, o número de fábricas de pranchas, quadros e rolhas é já de 40 e continuará a aumentar nas décadas seguintes.