Povoado Neolítico da Ponta da Passadeira
Há cerca de cinco mil anos, a Ponta da Passadeira apresentava condições climáticas e geomorfológicas distintas das actuais. Esta realidade favoreceu a implantação de uma população de antepassados longínquos, do Neolítico Final/Calcolítico, e cuja economia apresentava uma feição de carácter agro-marítimo com base na caça, na pesca e na recoleção de marisco e que desenvolveram uma importante especialização funcional no domínio da olaria que terá beneficiado da existência de “barreiro” a montante do local e que poderá desde então ser justificativo para o topónimo.
De 1995 a 1999 as escavações (MAEDS/CMB) revelaram materiais que vão desde a pedra lascada à pedra polida, à existência de machados, enxós e mós que denotam o princípio do uso da agricultura e a justificação da necessidade de contentores cerâmicos.
Foram também descobertos inúmeros corniformes em cerâmica que podem ser associados a práticas de carácter mágico-religioso e pela sua carga simbólica poderiam estar relacionados com um provável culto do touro cuja difusão, que durante o Neolítico final e o Calcolítico inicial, teriam abrangido o Sul e o Centro do actual território português.